sexta-feira, 25 de julho de 2014


Parece que ainda há restos de fragmentos que absorvem ruas, momentos, histórias, fotografias. 
Há qualquer coisa que me inquieta sem que eu possa perceber esse meu sentimento que eu quis corromper nas madrugadas longas de silêncio e de perda, que eu quis.
Passou, com o calor dos dias e o desgaste das horas. E ficou, para empacotar. 
Queria poder ter-te esquecido sem que isso te levasse verdadeiramente. Mas não deu. Fui eu que tranquei as portas. O vento que me permitia ver-te deixou de se fazer sentir. Porque quis a todo o custo, abrir uma outra porta. Uma apenas. Estava frio naquela noite, o meu corpo tal como ela, mas ainda mais vazio. Sentia-me fraca. Dei pontapés na parede, com medo de morrer, ou de me sentir menos viva. A estagnação de sentimentos alterava-se a torto e a direito. Tinha medo de deixar de ser eu, por estar a querer destruir uma parte tão forte de mim. Mas cansei-me, e estava na hora. Cansei-me de ouvir histórias mal contadas, papéis mal escritos, sonhos totalmente inacabados. Porque não estavas ali. Suspirei e fui vasculhar os nossos refúgios, sem que soubesses. Descobri o teu nome. Relembrei-o. Chamei por ti, gritei-te... Mas já não existias. Aquele de quem sempre falo, tinha desaparecido para sempre. E gritei muito, o teu nome teve eco por toda a parte. Escreveu-se por todas as ruas. Tinha a esperança a agarrar-me as pernas, sem me deixar ir. Percorri o meu subconsciente para ver se te encontrava, por momentos vagos, dentro de mim. Mas via-te tão perto de tudo o que me é, e não te via claramente. Aí, disse adeus, porque me caías pela face, sem que te pudesse agarrar.

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