domingo, 4 de janeiro de 2015

«O meu primeiro amor foi uma experiência avassaladora. 
O tipo de amor que nunca esquecemos. Nem tentamos esquecer. Nem queremos esquecer. 
Um amor tão grande. Tão forte. Que nunca acaba. Nem desvanece. Nem perde a emoção. 
O tipo de amor pelo qual lutamos. Todos os dias da nossa vida.»

domingo, 7 de dezembro de 2014


«Abraça-me.
Quero ouvir o vento que vem da tua pele, e ver o sol nascer do intenso calor dos nossos corpos.
Quando me perfumo assim, em ti, nada existe a não ser este relâmpago feliz, esta maçã azul que foi colhida na palidez de todos os caminhos, e que ambos mordemos para provar o sabor que tem a carne incandescente das estrelas.
Abraça-me.
Veste o meu corpo de ti, para que em ti eu possa buscar o sentido dos sentidos, o sentido da vida.
Procura-me com os teus antigos braços de criança, para desamarrar em mim a eternidade, essa soma formidável de todos os momentos livres que a um e a outro pertenceram.
Abraça-me.
Quero morrer de ti em mim, espantado de amor. 
Dá-me a beber, antes, a água dos teus beijos, para que possa levá-la comigo e oferecê-la aos astros pequeninos.
Só essa água fará reconhecer o mais profundo, o mais intenso amor do universo, e eu quero que delem fiquem a saber até as estrelas mais antigas e brilhantes.
Abraça-me.
Uma vez só. Uma vez mais.
Uma vez que nem sei se tu existes. »

domingo, 2 de novembro de 2014



«As coisas que se amam, os sentimentos que se afagam guardam-se com a chave d'aquilo a que chamamos «pudor» no cofre do coração.
A eloquência profana-os.
A arte, revelando-os, torna-os pequenos e vis. 
O próprio olhar não os deve revelar.
Sabeis decerto que o maior amor não é aquele que a palavra suave puramente exprime. Nem é aquele que o olhar diz, nem aquele que a mão comunica tocando levemente n'outra mão. 
É aquele que quando dois seres estão juntos, não se olhando nem tocando os envolve como uma nuvem, que lhes (...)
Esse amor não se deve dizer nem revelar. Não se pode falar dele.»


sexta-feira, 25 de julho de 2014


Parece que ainda há restos de fragmentos que absorvem ruas, momentos, histórias, fotografias. 
Há qualquer coisa que me inquieta sem que eu possa perceber esse meu sentimento que eu quis corromper nas madrugadas longas de silêncio e de perda, que eu quis.
Passou, com o calor dos dias e o desgaste das horas. E ficou, para empacotar. 
Queria poder ter-te esquecido sem que isso te levasse verdadeiramente. Mas não deu. Fui eu que tranquei as portas. O vento que me permitia ver-te deixou de se fazer sentir. Porque quis a todo o custo, abrir uma outra porta. Uma apenas. Estava frio naquela noite, o meu corpo tal como ela, mas ainda mais vazio. Sentia-me fraca. Dei pontapés na parede, com medo de morrer, ou de me sentir menos viva. A estagnação de sentimentos alterava-se a torto e a direito. Tinha medo de deixar de ser eu, por estar a querer destruir uma parte tão forte de mim. Mas cansei-me, e estava na hora. Cansei-me de ouvir histórias mal contadas, papéis mal escritos, sonhos totalmente inacabados. Porque não estavas ali. Suspirei e fui vasculhar os nossos refúgios, sem que soubesses. Descobri o teu nome. Relembrei-o. Chamei por ti, gritei-te... Mas já não existias. Aquele de quem sempre falo, tinha desaparecido para sempre. E gritei muito, o teu nome teve eco por toda a parte. Escreveu-se por todas as ruas. Tinha a esperança a agarrar-me as pernas, sem me deixar ir. Percorri o meu subconsciente para ver se te encontrava, por momentos vagos, dentro de mim. Mas via-te tão perto de tudo o que me é, e não te via claramente. Aí, disse adeus, porque me caías pela face, sem que te pudesse agarrar.

quinta-feira, 6 de março de 2014


O dia está carregado de emoções. Tão fortes. De lembranças, de massacres de recordações que exijo guardar dentro de mim, para dias como hoje. Carregado de emoções. Tão fortes. De palavras soltas, ditas ao acaso, mas sentidas. Sem as gargalhadas repentinas, sem os segredos bem guardados, sem a tentativa falhada de fingirmos que não sorrimos quando nos olhamos. Hoje não há nada disso. Nada do quanto chegamos lá em cima. Apenas recordações. Memórias dos loooongos tempos em que estivemos lá em cima. Onde víamos todo o mundo. Porque estávamos acima dele. 
Olho para o reflexo do que já fomos. No fundo, daquilo que me és. Talvez te lembres. Talvez tenhas o passado escrito na pele, no teu jeito lento de caminhar, no teu sorriso de lado, na tua forma de te sentares. Ou talvez o guardes apenas como retratos de memórias que um dia foram muito mais do que isso. Ou talvez nem saibas do que estou a falar.


domingo, 2 de março de 2014